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Mostrando postagens de outubro, 2016

Negro e Solimões

    Nas entranhas da floresta amazônica, muito longe dos limites do reino de Iara, onde a antiquíssima Árvore Cantante crava suas raizes e o Andurá queima, os rios Negro e Solimões nascem em toda sua beleza e esplendor.  Escorrem por entre as árvores da Amazônia até, que em um encontro inesperado, se esbarram. A água de ambos os rios nasceram das lágrimas de Jaci e Guaraci, os deuses Lua e Sol, respectivamente. As únicas vezes em que podem se amar é durante a aurora, o crepúsculo e o eclipse. Todas as vezes que isso acontece, as lágrimas de ambos caem sobre a terra durante sua despedida, enchendo os rios-pai do rio Amazonas.      O nascimento dos rios vem de muito antes desses encontros e desencontros, vem da criação do universo por Yamamdú. Quando ele havia terminado sua criação, e o povo tupi aprendia com Sumé, Jaci e Guaraci conviviam juntos no céu, mas Tupã, que reinava sobre a Terra, ordenou que Guaraci iluminasse um lado da terra enquanto Jaci cuidava do outro para que Anhan

Fases

Soneto I - Coração de chiclete Bem vindo ao amor juvenil: Ter muitos, não ser de ninguém. Não sou de boca nenhuma... Egoísta, sou prazer meu. Mastigue o seu, puro açúcar mortal. Saiba que é chiclete Engula depois, é apenas ácido letal. Agora é apenas veneno O coração é de plástico As chamas o consomem, As emoções conversam com o dinheiro. Corações de chiclete não sabem amar, Inflam seus ego-corações. Qual será sua próxima vítima? ***** Soneto II - Quando o Universo conspira Conspira contra nós, oh Universo. Somos todos maltratados Por esse mundo controverso. Somos a escória dos mal amados. Poetisamos, pintamos, cantamos Transformamos a dor em arte. Fugimos da realidade que abalamos Com a nossa destruidora arte. Corações corrompidos; Partidos em dois, Fomos esquecidos. Reconstruimos o mundo Modelamos nossas mentes Não há paz sem a nossa guerra... ***** Soneto III - Vidro Meu coração é de vidro E há nele três rachadur

Signos

Não me restrinja a uma constelação Sou mais do que isso, um universo Cheio de estrelas e buracos negros De certezas e contradições Não sou signo, base de personalidade Não sou símbolo, sem significado Sou explosões e luzes n o espaço Implosões e sentimentos apertados Sou pessoa, alma e mente Não sou só estrela Sou espaço e muita gente Sou infinito, imenso, um oceano Adjetivos, superlativos, minimalismo Sou mais do que dois extremos, sou tudo. H.B.

Bomba atômica

Meu corpo nuclear se rompeu Protejam-se todos dos raios gama Soem os alarmes! A todos: cuidado, posso explodir Pessoas que prestam atenção: Apenas me amarão aqueles de coração de chumbo. Soldado, pegue sua arma e a aponte para mim. São tempos violentos os de guerra. Coração atômico do peito radioativo Que seja para matar de amores Não sufoque as pessoas com os seus horrores. Cidadãos gritantes do mundo Escondam-se debaixo da terra Atenção! Vou explodir todo o meu amor. - H. B.