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Fases

Soneto I - Coração de chiclete


Bem vindo ao amor juvenil:
Ter muitos, não ser de ninguém.
Não sou de boca nenhuma...
Egoísta, sou prazer meu.

Mastigue o seu, puro açúcar mortal.
Saiba que é chiclete
Engula depois, é apenas ácido letal.
Agora é apenas veneno

O coração é de plástico
As chamas o consomem,
As emoções conversam com o dinheiro.

Corações de chiclete não sabem amar,
Inflam seus ego-corações.
Qual será sua próxima vítima?

*****

Soneto II - Quando o Universo conspira

Conspira contra nós, oh Universo.
Somos todos maltratados
Por esse mundo controverso.
Somos a escória dos mal amados.

Poetisamos, pintamos, cantamos
Transformamos a dor em arte.
Fugimos da realidade que abalamos
Com a nossa destruidora arte.

Corações corrompidos;
Partidos em dois,
Fomos esquecidos.

Reconstruimos o mundo
Modelamos nossas mentes
Não há paz sem a nossa guerra...

*****

Soneto III - Vidro


Meu coração é de vidro
E há nele três rachaduras
De onde o sangue quente escorre
E o fogo da paixão se consome.

Mentiras, contaram-me muitas.
Há um buraco em meu peito
Por onde o vento passa rindo
Fazendo suas promessas.

As luzes conseguem me atravessar,
Não há arco-iris do outro lado;
Não sou prisma nem diamante.

Sou frágil, um cristal.
Sonho acordado
Com um amor irreal.

*****

Soneto IV - Ado(l)êscencia

Quantas máscaras você usou
E já estamos em outra moda?
Quantas mentiras contou?
E se as contou, quantas verdades assassinou?

Por quantos amores já adoeceu
E em nenhum se encontrou?
Quantas vezes ousou olhar-se no espelho
E dizer se amar?

Se não quiseres adoecer, lembre-se:
Não traia a ti mesmo,
Viva sua adolescência.

Se padeceres à depressão, lembre-se:
Não há pessoa com mais amor
Do que o amor dentro de você.

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