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Mostrando postagens de abril, 2022

Para o meu primeiro amor

Eu tive sorte quando encontrei o amor pela primeira vez E azar de perdê-lo sem perceber de que era a última Não sei se haverá uma segunda chance Mas se houver, não deixarei você partir (nunca mais) Apesar de toda dor do fim Acredito que amarei uma vez mais  E talvez tantas outras Mas nunca te esquecerei O sol está se pondo Não no horizonte, Mas dentro de mim A escuridão cai, já não existe esperança  Nem mesmo as estrelas brilham A vida perdeu sentido para mim  [Estou aprendendo a viver sem você. Dói, mas não é o fim

Exploração espacial

I Você percorria meu corpo nu  Com seus lábios e dedos macios  Não era o sexo que importava  Era a lembrança que a gente criava Ficava impressa na memória  Do tempo, a nossa história. E a cada noite, nos descobríamos mais Dois corpos nús, um do outro  Você se demorava em meu rosto E cochichava ao pé do ouvido  O quanto me amava  Mas foi no mais diminuto detalhe  Que você se demorava  Nas três pintas sequenciadas em meu rosto  II As quais você nomeu, carinhosamente, De Três Marias Me tornei, naquele instante,  O manto escuro da noite Minha pele era um universo inteiro Que você explorava com cuidado  Como se fosse algo raro  Delicado de mais para tocar  E perigoso de mais para perder  Mas você é corajoso E me explorou por inteiro E encontrou, num canto distante do espaço, Três estrelas. Você podia ter tudo  Mas preferiu se deter aquele brilho  III  E como sempre  Mostrou-se atento ao que ninguém vê Encontrou ali o que era belo O que sempre está perdido E em outras expedições  Também enco

Olhos castanhos

O metrô segue veloz.  Antes de parar na Sé, você me beija nos lábios e na testa, como em todos os dias. Mas então você levanta meus óculos e, segurando o meu rosto, você diz: seus olhos são lindos. Eu sempre achei eles comuns, iguais aos de todo mundo que têm olhos castanhos. Nunca vi nada de especial.  Mas você enxergou neles algo mais. O metrô freia, anuncia a estação, e você desembarca dizendo o quanto gosta de mim.  Depois que você sai do vagão, eu acho que entendo o seu elogio.  Sempre tive necessidade de compreender as coisas, é assim que levo a vida. É preferível entender do que deixar as coisas serem.  O que importa é que, nesses 15 segundos entre você desembarcar, subir as escadas, a porta se fechar e o metrô partir novamente, eu entendo o que você disse.  O que você enxergou nos meus olhos que os deixam mais bonitos, que te fazem parar por 3 segundos só para me elogiar - que me faz arrepiar e me sentir amado. O que você enxerga em mim, na verdade, é algo entranhando lá dentro