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Mostrando postagens de julho, 2017

A família

Eles batiam em caixas e baldes velhos. Eram uma família, talvez de sangue, um ou dois podiam ser amigos ou não. Mas eram uma família, não de sangue, talvez de laços. Estavam cantando e batiam em caixas e baldes velhos. Todos os oito: uma senhora, quatro homens, três mulheres mais jovens e mais um cachorro que estava deitado na grama. Alguns deitados sobre cobertores e outros sentados no chão sob a sombra de uma árvore à beira da rua do centro da cidade. Qual eram as suas histórias?, de onde eram?, por que estavam ali?, por que cantavam? As perguntas me vieram aos montes, eu não sabia se era por curiosidade ou por sentir todo peso do mundo.  A música deles era um grito sufocado para serem ouvidos, não serem marginalizados e excluídos. Ou talvez fosse um grito meu de desespero por não saber o que fazer... Eles eram oito. Cantavam e batiam em caixas e baldes velhos. Uma senhora, quatro homens, três mulheres mais novas e um cachorro. Alguns estavam deitados e outros sentados

Abacaxi

Muitos são os desafios que encontro pelo decorrer do meu dia, um dos piores é a ansiedade: ataques de pânico, sudorese, taquicardia, falta de ar, ansiedade social, insônia. E sem contar a constante sensação de alerta e medo recorrente. Faz muito tempo que não passo no psicólogo, posso lhe apresentar várias desculpas: falta de tempo, porque não encontrei um psicólogo com o qual me sentisse a vontade, algum que o convênio cobrisse, algum que desse para pagar, algum que tivesse a agenda vazia. Mas, principalmente, por falta de vontade. Meus amigos não aguentam mais as mesmas reclamações – eles não dizem, mas eu sei que eles não aguentam mais – porque sempre dão os mesmos conselhos, ou, às vezes, eles não me compreendem e isso é frustrante. Sempre pensei que fosse encontrar a paz e a calmaria em outra pessoa, nunca fui de ter muita autoestima e, logo, amor próprio. Sempre busquei amor nas outras pessoas: errado, abusivo e doentio... Eu sei. Mas encontrei em mim uma força inter

Ultraviolência

O feminino é ultraviolência: Resiste ao masculino, Reafirma sua existência. Expressionismo violento de sexualidade. Fonte de masculinidade, A subversão do gênero: Reconstrução mais forte. Rasga o falo e aflora gente. Luz interna e estrutura resistente. Força massiva de destruição. Fragilidade do homem: força feminina. Contraditório: anseio pela vida Ser feminino na prisão masculina Luta violenta, aceitação pessoal: vagina. H.B.